Epígrafe de Drummond para o album de rapaz.

Bom dia: eu dizia à moça
ou ao rapaz
E te decidas coração, nesse calor desse bom dia
na esperanças que outros dias virão
então a morte da distancia
e a agonia que lhe confia.

E o grande poeta lhe dizia
através de rimas e conselhos
Entre a dor e nada, o que escolhe?
A dor é inevitável, o sofrimento opcional.

De nada há de banal nessa alegria
somente naquele bom dia
que passou por mim como se fosse nada
passou por mim como se fosse dia.

Nessa doce confusão dessa estrada
Lhe confio a decisão
se ficas com meu bom dia
ou deixas jogado na noite à solidão.
Noite triste, sozinha e fria.

No fim, não há nada de bom nesse dia.
Talvez se seu olhar enxergasse além das curvas que lhe ofereço
Oh tolice juvenil que pensa com o gozo e não pelo apreço

E Drummond que me perdoe, pela banalidade de suas rimas
mas eu precisava contar entre versos e intertextos os meus dias
Nessa rima de verso e prosa
Me inspirei naquela moça que de longe lhe sorria, poeta
Para lhe contar daquele moço que de perto me tocava
e que também, quisá, um dia, tornará minha noite, num belo e cristalino dia.

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